Aves raras no Brasil são vistas em Patos do Piauí e causam polêmica

Uma ave rara, nunca antes registrada no Brasil conforme ambientalistas, tem causado polêmica após aparecer na cidade de Patos do Piauí, distante mais de 400 km da capital Teresina. Trata-se da andorinha-cubana, cujo nome científico é Progne cryptoleuca. Recentemente, um bando gigante escolheu como moradia uma quadra poliesportiva que, por decisão da prefeitura do município, vai permanecer fechada até que os bichos migrem de volta para Cuba. A grande quantidade de fezes dos animais também tem desagradado alguns moradores da cidade que tem cerca de 6.420 habitantes.


“São aves animadas, com o canto bonito. Por outro lado tem a questão da quadra, das fezes que elas deixam lá e às vezes caem na cabeça de quem tá andando pela rua. Tem gente que se agrada e outros não porque são muitas”, disse Cícero José de Sousa, morador da localidade Cajueiro.


Além da andorinha-cubana, outra espécie rara no país, a andorinha-do-caribe, também tem sido visto na cidade. O registro das aves ganhou grande repercussão nas redes sociais e foi feito pelo fotógrafo Eudes da Silva Feitosa.


O Eudes Feitosa teve o prazer de fazer o primeiro registro do Brasil. A andorinha-cubana é o primeiro registro dela para o Brasil. É uma espécie raríssima, migra de Cuba para o Brasil, para a região do Piauí, oeste baiano. As outras duas espécies também são raras. Elas não vivem aqui, elas migram para o nosso país”, explica o biológo Thyago Almeida.


Segundo ele, a rota migratória da andorinha-cubana só foi descrita no passado.

“Migram durante o inverno do Hemisfério Norte para o Hemisfério Sul. Até pouco tempo a migração desses bichos era desconhecida. A andorinha-do-caribe não se tinha conhecimento e a andorinha cubana saiu um trabalho recente em 2021 com marcação por microchip que descreveu a rota dela migratória pro Brasil Central, pra região do Cerrados, Tocantins, oeste baiano, Piauí. Esses bichos eram um mistério até se fazer essa microchipagem”, explica o biológo.


No país, as aves devem ficar por até dois meses, quando retornam para suas regiões de origem para a reprodução. O biólogo Thyago Almeida destaca a grande importância ecológica desses animais e diz que até as fezes servem como adubo.


“Se alimentam de insetos considerados pragas agrícolas e as fezes delas servem como adubo. Então, você imaginar um bando gigantesco de andorinhas sobrevoando uma área, vão adubar o solo. Essas aves têm importância não só pra aquele município, mas por onde elas passam, pois vão adubando o solo, consumindo pragas agrícolas”, reitera o especialista.


Prefeitura vai manter quadra fechada


A quadra poliesportiva que tem servido de moradia para as aves vai permanecer fechada temporariamente. Por meio de nota, a assessoria da prefeitura de Patos do Piauí informou que não vai “interferir na passagem das espécies pela cidade e que a quadra poliesportiva do Cajueiro, onde as aves estão hospedadas, ficará fechada e sem a utilização dos refletores nesse período”.


Por fim, a gestão do município pede que a população local colabore com a causa ambiental e que aproveite/registre a presença ilustre dessas aves na cidade.

Fonte: Cidade Verde

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