"Acredite em si mesmo", diz garoto humilhado por vender trufas no Piauí

Da noite pro dia, a vida do menino Luizinho, como é chamado pelos pais, mudou. No fim de semana, o garotinho foi humilhado em uma pizzaria em Teresina ao oferecer trufas para uma família. Na mesa, o garoto de 11 anos teve como resposta de uma mãe um "não" seguido de risos e comentários maldosos do tipo "estudem para não ficarem igual a ele vendendo bombons". 

O relato maldoso foi postado pela mãe de Luizinho nas redes e em menos dois dias "choveu uma enxurrada" de mensagens no Instagram em apoio à criança. Além dos inúmeros comentários nas redes sociais vieram ainda doações de materiais escolares e uma bolsa integral de estudos até o 3º ano do Ensino Médio. 

Ao Cidadeverde.com, o estudante Luiz Neto, 11 anos, contou que não esperava tanta repercussão e que os dias têm sido corrido e cansativo, mas também de muita alegria. Ele conta que estudar em uma escola particular era seu sonho e mandou um recado:
"Ficamos muito felizes. Choramos. Era um sonho estudar em um colégio particular. O que eu posso dizer é que nunca desistam dos seus sonhos,  acreditem em si mesmo que vale a pena. Tudo o que você quer, você consegue", disse o estudante que cursa o 6º ano e sonha em ser defensor público para ajudar os mais pobres.  

O pai Neto Moreira conta que a venda de trufas têm sido a base do sustento da família. Ele conta que, atualmente, está desempregado e o dinheiro fixo que tem vem do seguro-desemprego. A mãe de Luizinho é estudante de Psicologia. 

O pai conta que acumula muitos "nãos" na venda de trufas, mas o pior sentimento foi saber que o filho foi humilhado. 

"Já passei muitas coisas ruins, mas nada se compara a ver o que aconteceu com meu filho. Foi um pedaço de mim que passou por um constrangimento e eu não estava lá para protegê-lo, para dar o apoio que ele precisava. Dentro dessa infelicidade, nasceu a coisa que me deixou mais feliz, saber que ele conseguiu dar  o silêncio como resposta. Quando a ignorância fala, a sabedoria tem que calar. É uma maneira de não alimentar. A pessoa ignorante não quer ouvir, vai querer sempre ser ignorante", disse o pai. 
A família sai durante as noites para vender trufas em restaurantes, pizzarias e demais estabelecimentos. Luizinho segue o pai e a mãe, principalmente, nas férias e durante os fins de semana e por vontade própria. 

Sobre a repercussão, o pai acredita que houve uma identificação com a história de luta da família. 

"As pessoas se identificaram com a nossa imagem de família brasileira que luta para sobreviver. Pelo fato dele ser criança teve uma repercussão maior pois não é muito comum a gente ver pessoas destratando crianças. A principal lição, além da superação, é o carinho das pessoas que se identificam com a gente, que estão passando por momentos difíceis e viram na gente a oportunidade de recomeçar", disse Neto Moreira. 

Após o caso viralizar nas redes sociais, a "família trufas" que vendia em média 400 bombons por mês têm recebido várias encomendas e já pensa em, futuramente, expandir o negócio. 

"Me senti emocionado que em meio de uma maioria de pessoas ruins existem pessoas boas e volto a acreditar na humanidade. O mal nunca vai vencer. Acima de tudo quero que ele seja um cidadão Sou pai dele, mas também um fã', conclui o pai. 

Fonte: Cidade Verde

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